C. loddigesii 'Dona Hermínia' Foto & cultivo: André Merez |
A verdadeira Cattleya paulista
Sem nenhum exagero, pode-se afirmar tranquilamente que a espécie de Cattleyaque mais caracteriza a Região Sudeste, particularmente o Estado de São Paulo, é sem dúvida nenhuma a Cattleya loddigesii. Apesar de serem detectadas ocorrências também nos Estados de Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro, é especificamente em São Paulo que se encontra o seu principal centro de dispersão. Inclusive tendo sido avistada inicialmente por John Lindley neste Estado em 1810 e enviada à Europa, onde floresceu pela primeira vez em 1811 e foi registrada em 1823 com esse nome em homenagem a um comerciante de plantas chamado Loddigess.
Essa é uma espécie que vegeta normalmente em árvores próximas de regiões de alagamento ou à beira de rios e seus pseudobulbos relativamente finos têm pouca capacidade para o armazenamento de água e nutrientes, daí a necessidade de cultivá-la em condições de umidade ambiente elevada para que não ocorra sua desidratação. A iluminação deve ser de média para alta desde que seja garantida uma boa ventilação ao redor da planta, fator determinante também para evitar o encharcamento e o consequente apodrecimento de suas raízes.
No orquidário, desde que esteja plantada em substrato com boa drenagem, pode receber regas mais constantes em sua fase de crescimento e mais reduzidas no inverno, porém, vale uma ressalva importante, em locais de invernos secos como em várias cidades do Estado de São Paulo, por exemplo, tome cuidado para não deixar o substrato seco por um período muito prolongado, o que poderia resultar na rápida desidratação de suas folhas e pseudobulbos. Em nosso cultivo observou-se também que a planta se beneficia e muito com a utilização de umidificadores do tipo que propiciam ao mesmo tempo ventilação e vapor d’água.
Suas flores são muito utilizadas em cruzamentos e hibridações devido suas características marcantes de apresentarem boa forma como planicidade, armação, textura e durabilidade. Medindo cerca de 10 cm de diâmetro, podem ser encontradas em variedades flameadas, aquinii, alba e sua variedade mais valorizada, a punctata, tendo como uma de suas mais famosas a denominada ‘Marisa’ com um dos padrões de pintas mais impressionantes.